Costa não decreta sítio e pode iniciar reforma ministerial (Tribuna da Imprensa há 40 anos)
11 de julho de 1968
O presidente Costa e Silva definirá hoje na reunião do Conselho de Segurança Nacional sua posição contrária à decretação do estado de sítio, fundamentando-a em informações recebidas dos três ministros militares. Informou-se que o presidente é de opinião que medidas de exceção no presente momento são desnecessárias, já que "as Forças Armadas estão unidas e coesas na defesa do País".
O outro asssunto importante da pauta da reunião do Conselho é a reforma ministerial. A posicão do marechal Costa e Silva a respeito não está bem definida, e os informes sobre o assunto são os mais contraditórios, uns dizem que as alterações sairão hoje; outros acham que o presidente permanece disposto a não mudar seus ministros enquanto estiver sob pressão.
Estudantes denunciam negociata no Ministério da Educação
SÃO PAULO (Sucursal) - O Ministério da Educação e Cultura está fazendo negociatas com três firmas fornecedoras de material para Parques Infantis e despendendo com isto uma verba de seis bilhões de cruzeiros velhos. Esta denúncia que chegou às mãos dos dirigentes da UEE (União Estadual dos Estudantes) de São Paulo é comprovada por documentos que atestam o fabuloso negócio realizado por três firmas (Inespar, Sobrinca e Fabrinca) com a conivência do MEC.
Estudantes voltam às ruas em Montevidéu
Centenas de estudantes entraram ontem em choque com a polícia em pleno centro de Montevidéu, recomeçando, depois de alguns dias de calma, a guerrilha de ações relâmpago iniciada há mais de um mês. Disparos de armas de fogo foram ouvidos, enquanto forças de choque da polícia dispersavam os manifestantes a golpes de sabre e com granadas de gás lacrimogêneo. Sabe-se que houve várias detenções, mas não houve feridos.
Diversos automóveis foram virados de rodas para o ar e um carro de publicidade comercial foi incendiado. Por sua vez, os empregados bancários fizeram à tarde uma paralisação inesperada do trabalho, por meia hor tanto nos bancos privados como nos oficiais, salvo os funcionários que foram militarmente mobilizados no Banco da República e no Banco Central.
Kós nega ser autor do golpe da Dominium
Defendendo-se perante o inspetor federal, Júlio Reverêdo, no inquérito policial da Dominium, o sr. Arthur Martins Kós declarou que foi o único a insurgir-se contra a mudança da regra do jogo e a afastar-se da diretoria da Dominium, quando o grupo Ribeiro-Guinle decidiu suspender o pagamento dos dividendos devidos aos portadores de ações da companhia.
Refutando as declarações do sr. Eduardo Guinle Filho, presidente da CBI, o sr. Arthur Kós disse que não pode ser considerado o autor intelectual da manobra com as ações da Dominium, porque tanto o sr. Guinle como os demais diretores da empresa aprovaram o esquema e dele se beneficiaram.
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