sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Paz sob o fogo em Paris (Tribuna da Imprensa há 40 anos)

12 de maio de 1968


Enquanto diplomatas dos Estados Unidos e do Vietnã do Norte tomavam os primeiros contatos, em Paris, visando ao diálogo da paz no sudeste asiático, estudantes enfurecidos incendiaram numerosos automóveis e prédios da capital francesa, mantendo fechadas as portas da Sorbonne. Os maiores distúrbios ocorreram no Quartier Latin e o governo francês divulgou, às primeiras horas desta madrugada, comunicado oficial reconhecendo o fracasso dos entendimentos pacíficos com os estudantes, ao mesmo tempo em que anunciava ofensiva de repressão com o objetivo de manter a ordem a todo custo.

Magalhães: É últil a luta pelo átomo

Pouco depois de regressar de Nova York, o chanceler Magalhães Pinto afirmou ontem que os contatos mantidos com o secretário Dean Rusk e o vice-ministro soviético Kusnetzov foram de grande utilidade para consolidar a posição liderada pelo Brasil na luta contra o tratado de não-proliferação das armas nucleares. O sr. Magalhães Pinto reafirmou sua esperança de que possamos lançar mão, o mais brevemente possível, da "energia atômica, como instrumento capaz de acelerar o nosso desenvolvimento, já tão retardado". Dean Rusk reconheceu a seriedade da posição brasileira e a firmeza com que vimos defendendo a posição dos países não nucleares.

Jovem Guarda apóia casamento do "Brasa"

O casamento de Roberto Carlos com Cleonice Rossi, realizado, às 9 hs. da noite (hora local), ontem, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, já começou a repercutir no meio da chamada "Jovem Guarda". Comentando o casamento, a cantora Wanderléia desmentiu que tenha feito declarações contrárias à união, pois acha que o "Brasinha" pode e deve casar com quem desejar. Também apoiando a decisão do seu antigo parceiro, Erasmo Carlos afirmou que Roberto Carlos "soube escolher a mulher ideal". Já o cantor Jerry Adriani apontou no casamento uma "demonstração de personalidade" de Roberto. A cerimônia do enlace empolgou a cidade boliviana.

Estudantes driblam a polícia e promovem comícios de rua

Utilizando-se de novos métodos de atuação, que desnortearam a polícia, centenas de estudantes realizaram ontem diversos comícios em pontos centrais e bairros da Guanabara. A primeira manifestação começou na Praça Tiradentes, quando cerca de 300 estudantes aproveitaram a presença de populares nas filas de ônibus para defender causas da classe e proclamar "a luta que derrubará a ditadura". O sigilo, absoluto, mantido pelas lideranças acerca dos comícios-relâmpagos, foi uma das causas do seu sucesso.

Antes mesmo que a polícia pudesse intervir, os estudantes se dispersavam para, em seguida, reunirem-se de novo, em lugar previamente determinado. As bancas de jornais do Centro, junto às quais grupos se aglomeraram a pretexto de ler o noticiário, foram locais preferidos para os rápidos comícios.

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