Padres se reúnem para condenar suborno
19 de maio de 1968
SÃO PAULO - Cerca de 50 padres de São Paulo e Santo André reunir-se-ão neste fim de semana para decidir a melhor forma de denunciar a tentativa de suborno que a Igreja vem sofrendo para calar-se ante à ameaça de um pacto econômico-militar no País. Condenam, antes de tudo, que a Igreja aceite investimentos econômicos na realização de grandes solenidades, quando os operários em São Paulo ainda sofrem uma perseguição policial velada desde os acontecimentos de 1º de maio.
Consideram os sacerdotes que nada deve impedi-los de manifestar-se contra aspirações indiscriminadas que prosseguem, embora "os grandes responsáveis pelas violênicas de 1º de maio sejam os pequenos grupos que detêm o poder político e o poder econômico no País. "Quase todos eles admitem terem estado na Praça da Sé dia 1º, por um dever de consciência, pois não aceitam que a Igreja ignore sua tarefa de evangelização "para adormecer na embriaguez de um culto financeiro pelos amos do capital". "Citam a prisão de monsehor Antunes e outros padres para depor", as críticas feitas a dom Jorge Marcos, bispo de Santo André, como uma reação ante a uma atitude que não é apenas dos padres paulistas.
TRIBUNA apontada na AL como jornal que defende o povo
O deputado Caio Mendonça (Arena) leu, ontem, na Assembléia Legislativa da Guanabara, o artigo escrito por Helio Fernandes sob o título "A Escandalosa Concordata da Dominium e o Escadaloso Silêncio da Imprensa", pedindo que o mesmo fosse transcrito nos anais da Casa e afirmando que a Tribuna é um órgão arauto, no caso da Dominium, dos interesses da poupança do povo".
Por sua vez, o deputado Paulo de Carvalho (MDB) disse que a campanha que este jornal vem desenvolvendo para o esclarecimento do caso que envolve o pedido de concordata daquela firma de café solúvel "coloca a Tribuna na vanguarda dos demais jornais, na luta em defesa dos interesses nacionais".
MDB não muda posição mesmo com alteração das sublegendas
O deputado Martins Rodrigues, secretário-geral do MDB, disse, ontem, em Brasília, que nenhuma importância conferia às modificações introduzidas no projeto que estabelece as sublegendas. Disse o deputado que tudo foi feito para atender à conveniência de ordem pessoal e nunca visando ao aprimoramento do processo eleitoral. E acentuou: "Coisa que, evidentemente, não se conseguirá através do projeto das sublegendas". A exclusão do pleito para senador do processo das sublegendas não modificou a posição do MDB em relação ao projeto.
O MDB considera que a alteração introduzida no Senado não modificou nada, daí continuar na posição de combate, pois uma simples mudança num dispositivo não alterou a tese defendida na mensagem presidencial. Apesar de ter uma posição já definida, entretanto, o MDB poderá vir a participar do processo de votação do proejto. Isso ocorrerá na medida em que o Partido sentir que houve um aumento considerável da área política que foi contrariada com a criação das sublegendas, área que dentro da própria Arena está insatisfeita com o processo criado pelo governo.
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