Manifesto de JK pode dar em desterro (Tribuna da Imprensa há 40 anos)
8 de agosto de 1968
Dentro da nova linha de endurecimento do governo, Juscelino Kubitschek poderá ser o próximo confinado, caso insista em divulgar o seu propalado manifesto, ou qualquer pronunciamento de crítica aos atuais detentores do Poder. Os passos do ex-presidente da República já estão sob rigoroso controle das autoridades do Ministério da Justiça, que não escondem o propósito de impor a JK o silêncio a que estão sujeitos todos os políticos cassados. Mas os amigos do sr.
Kubitschek continuam a insistir na necessidade de sua participação na luta pela redemocratização do País, através de declarações contrárias ao governo, ainda que isso lhe custe um longo período de confinamento.
MDB viaja a Corumbá
BRASÍLIA (Sucursal) - Em nota oficial, a Comissão Executiva Nacional do MDB manifestou o seu "inconformismo ante as providências de ordem punitiva que o governo tem tomado, como ainda ontem se verificou, na Guanabara", ao mesmo tempo em que decidiu enviar uma representação partidária à Corumbá, para visitar o ex-presidente Jânio Quadros.
A Comissão designada pelo MDB, terá a seguinte composição: senadores Lino de Matos, Josafá Marinho, Bezerra Neto e Mário Martins deputados Mário Covas, Martins Rodrigues, Mata Machado, Fernando Gama, Chagas Rodrigues, Feliciano Figueiredo e Evaldo Pinto.
Exército fica de novo de prontidão
A maioria das unidades do Exército, com base nas informações de que os estudantes persistirão hoje na movimentação de rua, entrou, desde as seis horas da manhã, em regime de prontidão, mas os soldados não participarão ostensivamente da repressão, permanecendo no mesmo estado de alerta, recolhidos aos quartéis, como vem sendo adotado desde terça-feira.
14 carros de combate, cada um com 28 homens, constituíram o contingente do I Exército que se manteve, ontem, de sobreaviso, nas dependências do Quartel General, prontos para entrar em ação se ocorressem incidentes entre os estudantes e as tropas da Polícia Militar, encarregadas da repressão. Só às 18 horas, o contingente recolheu-se ao qualtel de sua unidade, no Batalhão da Polícia do Exército.
Brasil quebra a escrita
A tática argentina de armar um sistema defensivo de sete homens, com dois líberos, e tentar o gol de contra-ataque, ontem, não surtiu o efeito desejado por eles, embora durante 40 minutos tivessem êxito, tanto na defesa como nas jogadas isoladas para tentar o gol. Mas quando isso aconteceu, surgiu o goleiro Félix para acabar com o desejo dos argentinos. Se não bastasse a vitória, para satisfação do público, este, de pé, explodiu, em alegria, quando após quatro minutos sem que os argentinos pusessem o pé na bola, Jairzinho marcou o quarto gol da seleção brasileira e o seu único da partida.
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