Jânio em luta pela liberdade (Tribuna da Imprensa há 40 anos)
4 de agosto de 1968
Proclamando que deseja ver o "País retornar aos caminhos da liberdade", o sr. Jânio Quadros transmitiu, ontem, à imprensa, através do sr. José Aparecido, uma síntese do que será, em linhas gerais, o manifesto que está redigindo, em Corumbá. O ex-presidente cita, como prova da crise institucional em que vivemos, o suicídio de Vargas, o impedimento de Café Filho e Carlos Luz, a sua renúncia, e, por último, o confinamento do jornalista Helio Fernandes e o seu próprio.
Só Amazônia é tema da reunião ministerial
O presidente Costa e Silva reuniu-se ontem com o Ministério, no Palácio das Laranjeiras, das 9 às 13 horas, para estudar os problemas de caráter administrativos que deverão ser abordados durante o período de uma semana que o governo federal passará instalado na Amazônia. Oficialmente, informou-se que durante a reunião nenhum problema de natureza política foi tratado pelo chefe do governo.
Depois da reunião, o marechal Costa e Silva ofereceu um almoço, nas próprias dependências do Palácio presidencial, para os membros de seu Ministério e mais os senadores Gilberto Marinho, presidente do Senado e Daniel Krieger, presidente nacional da Arena, e o deputado José Bonifácio, presidente da Câmara Federal.
Costa e Silva justifica repressão aos estudantes
Dirigindo-se aos estudantes responsáveis pelos Diretórios estaduais de todo o País, o presidente Costa e Silva disse que a repressão do governo aos movimentos reivindicatórios estudantis só é feito no ponto em que "o direito de uma pessoa termina e começa o da outra".
"Agitação de rua não resolve o problema. As reivindicações que levam o governo a intervir não são aquelas pedindo mais aulas ou mais verbas, mas as que se extendem pelas ruas pregando "abaixo a ditadura" num País em que há liberdade a ponto de o presidente da República estar dialogando em Palácio".
Arena pede a Costa que não atenda pressões
Os dirigentes nacionais da Arena vão solicitar ao marechal Costa e Silva que repila as pressões de grupos militares contra as candidaturas de ex-governadores que desejam retornar aos governos de seus estados nas eleições gerais de 1970, devendo também as seções regionais do partido formalizarem documento para protestar contra as gestões que estão sendo feitas no sentido de impedir as mesmas candidaturas.
Entendem os líderes da Arena que, além de não haver nenhum dispositivo constitucional que impeça as candidaturas de ex-governadores, o anteprojeto da nova lei de inelegibiidade, que se encontra em mãos do ministro Rondon Pacheco, da Casa Civil, também não prevê nenhuma incompatibilidade, ficando as pressões, segundo consideram, "por conta dos homens que só sabem trazer dificuldades políticas para o Governo".
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