quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Jânio espera no Guarujá prisão e confinamento (Tribuna da Imprensa há 40 anos)

26 de julho de 1968

Logo após receber a íntegra do depoimento do Sr. Jânio Quadros, através da Delegacia do Departamento Federal de Segurança Pública, em Santos, o ministro da Justiça resolveu confinar o ex-presidente, em represália às suas declarações de crítica ao governo, que foram confirmadas perante o general Sílvio Correia de Andrade. Até as primeiras horas da manhã de hoje ainda não se tinha conhecimento do local escolhido para o domicílio forçado, nem decidido se o sr. Jânio Quadros poderia fazer-se acompanhar de sua exposa e de outros familiares. No entanto, circulavam rumores de que Mato Grosso figura na lista de preferências do sr. Gama e Silva.

Jânio Quadros reage e não teme a mordaça

O Sr. Jânio Quadros reagiu vigorosamente à decisão do ministro da Justiça, dizendo que para cumprir um dever não pede licença a ninguém. "Tenho confiança neste País e estou certo de que as Forças Armadas não são guardas pretorianas nem estão a serviço da mentira contra o povo e a Nação". Momentos após deixar a delegacia, o ex-presidente da República foi para casa, onde recebeu os jornalistas. Ao lado da mulher afirmou: "Devemos ser fiéis aos nossos sonhos para podermos representar com dignidade os moços de hoje, sem o que a vida não tem nenhuma razão".

Ex-presidente recebe apoio

Tão logo foi divulgada a notícia da prisão de Jânio, amigos e populares foram à sua residência prestar-lhe solidariedade. À medida que o tempo passava crescia a movimentação em frente à casa do ex-presidente. O deputado Gastone Righi, após encontro com Jânio, distribuiu nota afirmando que "o depoimento exigido pelo governo revela a censurável disposição do amordaçamento, própria dos regimes totalitários". Na Câmara, o MDB protestou energicamente contra a prisão do ex-presidente através do seu líder, Mário Covas.

Tribunal de Contas: Negrão prejudicou a Saúde e a Educação

A análise da administração Negrão de Lima, no ano de 1967, feita pelo Tribunal de Contas da Guanabara, demonstrou que a contenção de despesa determinada pelo governo estadual prejudicou grandemente os programas de educação e saúde. Revelou ainda que o Estado somente conseguiu realizar 70% de sua previsão orçamentária, calculada em 876 milhões de cruzeiros novos, e que a Secretaria de Administração, responsável pelo pagamento do funcionalismo, foi obrigada a gastar mais 40 milhões de cruzeiros novos do que o previsto.

Pelé faz dois na goleada dos paulistas

ASSUNÇÃO (especial para a TI) - A seleção do Brasil, representada pelos paulistas, goleou com facilidade ontem o Paraguai por 4 x 0 na primeira partida de uma série de duas pela Copa Osvaldo Cruz. Pelé mais uma vez foi o expoente máximo do time da CBD e mostrou em Assunção por que é chamado o rei do futebol ao realizar um punhado de jogadas de raro brilho, mesmo poupando-se um pouco no segundo tempo.

Os dois gols do primeiro tempo foram assinalados por Pelé. No primeiro, ele cobrou uma falta nas proximidades da meia-lua com uma perfeita folha-seca. Bateu de pé direito, pelo lado da barreira, e a bola entrou de curva. No segundo, Edu cruzou da esquerda e o goleiro Orrego falhou, soltando a bola, do que se aproveitou Pelé para cabecear, mergulhando por cima do goleiro.

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