Polícia vê nos assaltos rede de subversivos (Tribuna da Imprensa - 12 de novembro de 1968)

O secretário de Segurança da Guanabara, general Luís França, garantiu, ontem, que o assalto ao carro-pagador do IPEG está ligado à existência de uma rede subversiva de ramificações nacionais, organizada para derrubar o governo, dedicando-se, no momento, a roubar bancos. O general França tem em seu poder as confissões do estudante Paulo César Bezerra, que teria delatado o ex-deputado Carlos Marighela como mentor dos assaltos realizados com êxito no eixo Rio-São Paulo. O jovem está detido em lugar ignorado, dificultando a ação do seu advogado.

Mário vai comprovar corrupção no governo

O senador Mário Martins (MDB Guanabara) informou que vai iniciar hoje, da tribuna do Senado, a comprovação de suas denúncias de que a corrupção está sendo praticada, em larga escala, em vários órgãos da Administração Federal, prometendo exibir, na ocasião, os documentos comprobatórios de suas afirmações e mencionar, nominalmente, todos os implicados nos ilícitos administrativos.

A iniciativa do parlamentar carioca é feita em decorrência do desafio que lhe fez, semana passada, o senador Eurico Resende, vice-líder do governo no Senado, quando tentou minimizar as denúncias então formuladas e exigiu sua imediata comprovacão, sob alegação de que a oposição aponta corrupção no Serviço Público da União mas não dispõe de elementos para comprová-la.

Aumento do servidor já está pronto

A Comissão Interministerial que estuda o aumento do funcionalismo civil e militar da União concluiu ontem, depois de uma reunião de cinco horas, os estudos finais para a elaboração do projeto que o governo encaminhará ao Congresso, nos próximos dias. As conclusões serão submetidas ao marechal Costa e Silva, em Brasília, durante o despacho conjunto que os ministros da Fazenda e do Planejamento terão com o chefe do governo, amanhã, no Palácio do Planalto.

Apesar do sigilo em que foram mantidos os estudos, informou-se que a Comissão concordou em atribuir ao funcionalismo militar um índice maior do que para o civil, embora se saiba que o diretor-geral do DASP, sr. Belmiro Siqueira, defenda a tese de que a melhoria deve ser igual para as duas categorias de servidores públicos.

Elizabeth deixa a GB na hora marcada

O casal real, acompanhado de Lord Chaifont e do embaixador John Russel, foi cumprimentado pelo presidente da República e senhora Costa e Silva, seguindo-se o chanceler Magalhães Pinto e senhora e os chefes das Casas Civil e Militar da Presidência, ministro Rondon Pacheco e general Jaime Portela. Ao ato estiveram presentes o embaixador Carlos Jacinto de Barros e o secretário Luís Horácio de Oliveira Lacerda.

A rainha Elizabeth II trajava um vestido lilás claro, combinado com o chapéu sem abas, em tom mais escuro, dando a idéia de confecção em violetas, terminando atrás com o feitio de um delicado laço. As luvas, bolsa e sapatos, de cor gelo, e na altura do ombro esquerdo um broche oval com uma pedra central escura, rodeada de brilhantes. Brincos e colar de três fios com pérolas completavam o traje sóbrio e elegante de Sua Majestade.