Governo assume comando da violência contra estudantes
(Manchete da TRIBUNA DA IMPRENSA de 1 de abril de 1968)
O governo federal passou a intervir, desde ontem, na crise estudantil, participando da repressão que está sendo feita em todo o País para evitar as já programadas manifestações universitárias desta tarde. Na Guanabara, segundo informavam ontem autoridades do governo, o Exército "colaborará" no policiamento ostensivo, até então de responsabilidade exclusiva da Polícia Militar.
O ministro Gama e Silva, da Justiça, que retornou às pressas de São Paulo, para onde viajara na manhã de sábado, manteve à tarde e à noite sucessivas reuniões com seus auxiliares diretos para se informar do iminente recrudescimento da crise estudantil eclodida quinta-feira com o assassinato do jovem Édson de Lima Souto.
Estudantes afirmam que matador é o tenente Alcindo
O assassino do garoto Édson Souto é o tenente Alcino, comandante da "Tropa de Choque 9-100", que comandou a fuzilaria contra a paseata no Restaurante do Calabouço, segundo afirmam estudantes presentes aos acontecimentos de quinta-feira.
Segundo eles, a atitude da Polícia Militar em apresentar o aspirante Aloisio Raposo como comandante da tropa, não passa de uma farsa do governo, destinada a confundir a opinião pública. Frisaram que cerca de 500 estudantes testemunharam o disparo do tenente Alcindo contra o garoto Édson.
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